Um passo para trás nem sempre precede um salto

Um hiato. Quatro meses se passaram como um sonho. Você não se lembra muito bem de como nem quando veio parar aqui. Mas veio. E não faz tanta questão de descobrir o trajeto percorrido. Se sua memória não fez questão de te lembrar, não deve ter acontecido nada de importante.

Rostos. De repente você se vê no meio de pessoas que jamais imaginou conhecer. Aquela ali é a Giovanna Antonelli? É sim. Minha nossa! Você já mimetizou o comportamento de todos eles. Às vezes se pega falando meia dúzia de palavras fúteis, mas segundos depois se lembra de onde veio. E se cala. Às vezes não se acha digna de estar onde está. Ao mesmo tempo, sabe que está ali porque buscou, mas mais do que isso: porque o destino quis. Sendo assim, um motivo tem, seja ele grandioso ou não. Talvez sua missão espiritual esteja ali e a sua profissional esteja bem longe. Vai saber. Nesse momento, o sentimento é que o impulso para o salto adiante não foi o suficiente e você caiu num abismo. Ou está caindo?

Imprevisibilidade, malabarismo, equilíbrio, busca, novos horizontes. Se não for isso, o que será? O lado bom da vida, ao contrário do que mostram os filmes, é ela ser exatamente como é. E o lado bom do nosso ser é o aprendizado que se obtém através da aceitação do destino, do fator surpresa. É o que chamamos de adaptação, algo bem quisto nos dias atuais. Também… Que chato seria se tudo saísse sempre como o planejado. Que chato se as pessoas por quem você se apaixona fossem sempre apaixonadas por você. E quantos empregos você teria se passasse em todas as entrevistas? Nem Rochelle aguentaria.

Planejar é preciso. Assim como se deixar levar. Correr atrás é preciso. Tanto quanto relaxar e deixar rolar. Se esforçar é preciso, a menos que você tenha muita sorte. A vida não acontece de uma maneira só. E não acontece do mesmo jeito para todo mundo. A receita do bolo feito com leite em pó não necessariamente resultará num bolo tão gostoso quanto o feito com leite de vaca. Além disso, não são só os ingredientes que formam o resultado final, mas também o trabalho do cozinheiro.

O importante é que você ainda consegue se lembrar do seu nome, de quem é a sua família, de onde você mora e do que te preencheu até quatro meses atrás. O que aconteceu nesse intervalo, você vai descobrir aos poucos, nos próximos 70 ou sabe-se lá quantos anos…

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